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O Que Se Quer Na Busca Pela Modificação Corporal?

Por: Fernanda Paula Cardoso

LaNegra

Pensar a modificação corporal, olhando além da dimensão estética em si, embute o dilema do real e o ideal de como queremos nossos corpos e a nossa existência no mundo.

Numa sociedade, todas as formas de existir devem caber, sabemos. A autenticidade, porém, apesar de defendida insistentemente por todo tipo de lugar social, não é uma marca de sucesso em sua maioria de expressões. Tem em si, na verdade, traços de segregação e pode representar a marginalidade, ou seja, o que está à margem e assim não tem legitimidade de quem se vê no centro, dentro da norma padrão.

Produtos e propagandas autênticas costumam receber sucesso e lucro.

Pessoas autênticas costumam receber questionamentos e toda inovação está diante de um processo de adaptação que exige dialogicidade e pode se deparar com enfrentamentos.

Mas, ainda que discretamente, quem não quer inovar, não é?!

É muito importante, por outro lado, atentar-se quando o uso e procura por essas formas de expressão insinuam manifestações de sofrimento: - raiva, depressão, ideações suicidas, e propor que se procure atendimento específico.

A body art pode ser pensada como uma marca de autenticidade no mundo. Desse modo reúne um misto considerável de razões para ser procurada e aproveitada. Ainda que dolorida, porque exige agulhas, bisturi, cicatrização, a modificação corporal tem afinidade com o bem estar e aqui está uma explicação da procura por essas tantas técnicas. Existem artigos e estudos que tratam disso.

Retomando e balisando o dilema posto, atendendo de algum modo aos nossos desejos, pode ser uma maneira de contribuir para a afirmação da nossa identidade e as formas de exprimi-la, a depender do sucesso, pode conduzir por caminhos que levem a realizações e eventos que favoreçam o bem estar e o autocuidado, permitindo que haja melodia entre o ideal e o real na construção de sentidos e marcas da nossa existência.




A opinião do colunista não é, necessariamente, uma opinião do Coletivo Sala Solidária

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Fernanda Paula Cardoso Psicóloga desde 2009, atuante em politicas publicas - SUAS e SUS, mãe tatuada e com piercings, em Junho/2021. (contato: fernandappsico@gmail.com)

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